sábado, 10 de maio de 2014

Curtas Histórias - O que é?


Curta Histórias é uma premiação voltada aos alunos matriculados na Educação Básica da rede pública de ensino de todo o país. Em sua segunda edição, o prêmio tem como tema Personalidades Negras.

Esta iniciativa visa incentivar novos talentos e estimular o desenvolvimento das atividades pedagógicas e audiovisuais de cunho cultural e educativo em escolas públicas brasileiras.
Desta forma, valoriza a Educação para as Relações Étnico-Raciais a partir do proposto pela Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-brasileira na Educação Básica. Vale ressaltar que em 2014 o Parecer CNE/CP 003/2004 completa dez anos. Neste estão estabelecidas as Diretrizes Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Assim, é importante que todas as escolas conheçam estas diretrizes para que avancemos no sentido de termos uma sociedade sem racismo e com mais equidade.
ENTRE NO LINK ABAIXO, ESCOLHA O QUE VOCÊ MAIS GOSTAR E VOTE!!!
http://curtahistorias.mec.gov.br/




Morre o cantor Jair Rodrigues aos 75 anos

Jair Rodrigues

Morreu o cantor Jair Rodrigues, aos 75 anos. De acordo com a JRC Produções, o músico estava em casa, em Cotia (SP), e a família aguarda a chegada da perícia. Não foi divulgada a causa da morte.

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Ao G1, uma pessoa que se identificou como empregada doméstica de Jair afirmou por telefone que ele morreu "provavelmente de um mal súbito". Segundo ela, o cantor foi dormir normalmente na noite desta quarta-feira (7) e foi encontrado morto, na cama, já na manhã desta quinta-feira (8).
Por volta das 11h10 da manhã, ainda era esperada a equipe do Instituto Médico Legal (IML). A funcionária não quis informar se ele estava sozinho em casa. "Está todo mundo desesperado, porque ninguém estava esperando", disse.
Jair Rodrigues de Oliveira nasceu em Igarapava (SP), no dia 6 de fevereiro de 1939, informa seu site oficial. Pai dos também cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello, ele começou sua carreira nos anos 1960, em programas de calouros.
Em 1962, gravou aquele que é consirado seu registro de estreia, um disco de 78 rotações. Segundo o perfil, duas das músicas, "Brasil sensacional" e "Marechal da vitória", tinham como tema a Copa do Mundo daquele ano, no Chile, que foi vencida pela seleção brasileira.
Em 1964, gravou seus Jair Rodrigues gravou seus primeiros LPs, "Vou de samba com você" e "O samba como ele é". Seu maior sucesso no período foi a música "Deixa isso pra lá", tida como precursora do rap no Brasil. Marcada pelo movimento característico das mãos de Jair Rodrigues, a faixa foi regravada em 1999 em parceria com o grupo Camorra, diz o perfil.
Jair Rodrigues também ficou conhecido pelo trabalho ao lado de Elis Regina. Os dois iniciaram a colaboração em 1965 e lançaram o disco ao vivo "Dois na bossa". A boa repercussão do LP rendeu o convite para apresentar o programa O Fino da Bossa, que estreou em maio de 1965 na TV Record.
Com Elis, o cantor lançou em 1966 e 1967 outros dois volumes da série "Dois na bossa".
Fonte: G1

Jair Elias

Em 1965, Elis Regina e Jair Rodrigues fizeram muito sucesso com sua parceria no programa O Fino da Bossa, programa da TV Record.
Em 1966, Jair participou do festival daquele ano com a música Disparada, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, desta vez em conjunto com o Quarteto Novo. Conhecido por cantar sambas, Jair surpreendeu o público com uma linda interpretação da canção. Disparada e A Banda, de Chico Buarque e interpretada por Nara Leão, eram favoritas. O festival acabou empatado. A partir daquele momento, sua carreira decolou e seu talento assegurou décadas de sucesso ao cantor. Jair lançou um álbum por ano e interpretou sucessos como O Menino da Porteira, Boi da Cara Preta e Majestade o Sabiá. Realizou turnês pela Europa, Estados Unidos e Japão. Em 1971, gravou o samba-enredo Festa para um Rei Negro, da Acadêmicos do Salgueiro, do Rio de Janeiro.
Nas décadas seguintes, sua produção diminuiu de volume; entretanto, Jair Rodrigues continua conhecido por sua grande energia e sua alegria contagiante.

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É considerado pela crítica musical brasileira e internacional o Rei da Música Negra, já sendo conhecido internacionalmente, é um dos músicos brasileiros mais conhecidos do mundo.

Disparada: Festival de 1966 - JAIR RODRIGUES


FONTE: http://www.geledes.org.br/patrimonio-cultural/artistico-esportivo/musica/cantores-compositores/24521-morre-o-cantor-jair-rodrigues-aos-75-anos-em-sao-paulo



sexta-feira, 9 de maio de 2014

A minha VOZ é DA PERIFERIA



Por Rodrigo Fernandes de Oliveira -  NEAB Viçosa

Amarildo Dias de Souza, 47 anos, ajudante de pedreiro, negro, torturado e morto por policiais militares na cidade do Rio de Janeiro em julho de 2013. Até hoje seu corpo não foi encontrado!
Vinícius Romão de Souza, 27 anos, ator e psicólogo, negro, foi detido por policiais militares na cidade do Rio de Janeiro, no dia 10 de fevereiro de 2014, após ter sido acusado por uma vítima de ter roubado a sua bolsa. Vinícius ficou preso por 16 dias, e não era ele o verdadeiro assaltante. Ele foi preso por engano, mas poderia também ter sido morto por engano!
Claudia Silva Ferreira, 38 anos, auxiliar de limpeza, negra, atingida por tiros e morta após ser arrastada no chão por uma viatura da polícia militar na cidade do Rio de Janeiro, em 16 de março de 2014.
Yago de Paulo Carvalho, 18 anos, negro, morto após ser baleado intencionalmente por um policial militar na cidade de Ubá-MG, em 19 de abril de 2014. Segundo o policial que atirou, “o jovem estava em atitude suspeita".
Douglas Rafael da Silva Pereira, 26 anos, dançarino, negro, baleado supostamente por um policial militar, e encontrado morto na manhã do dia 22 de abril de 2014, na cidade do Rio de Janeiro.
Edilson da Silva dos Santos, 27 anos, negro, morto por um tiro em meio a um conflito entre moradores e policiais militares na cidade do Rio de Janeiro, no dia 22 de abril de 2014. Supostamente, não foi uma bala perdida!
Osvaldo José Zaratini, 32 anos, gerente de loja, negro, morto após ser baleado cinco vezes por policiais militares na cidade de São Paulo, em 23 de abril de 2014. Em depoimento, os policiais disseram “ter confundido o celular de Osvaldo com uma arma”.
O que esses fatos têm em comum? A princípio, o que é uma “atitude suspeita”?
A resposta é simples. Olha quem morre e veja quem mata! Dizer simplesmente “atitude suspeita” é o crime perfeito, pois infelizmente a palavra “suspeito(a)” tem um sinônimo: negro(a).
As vítimas são pessoas negras, e até que se prove o contrário, todas foram mortas de forma intencional e covarde por policias militares.
Não sei até quando irei sobreviver. Também não sei se um dia o meu nome irá aparecer em uma notícia de jornal dizendo: mais uma vítima do sistema. Faço o possível para que isso não aconteça. Não tenho dom pra vítima. Entretanto, ao ver esses fatos, vejo que não é o suficiente. Como diz Mano Brown: “perseguido eu já nasci”! Infelizmente, primeiro se atira para depois perguntar o nome.
Diretamente da periferia,
Eis-me aqui, até então, sobrevivente.

Morte de DG: Douglas, Amarildo, Claudia e a tensão permanente com a Polícia Militar nas favelas do Rio

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amarildo 

Amarildo, ajudante de pedreiro, trabalhador honesto, pai de seis.
Claudia,  auxiliar de serviços gerais, trabalhadora honesta, mãe responsável pela educação de oito - quatro filhos e quatro sobrinhos.
 Douglas, dançarino com fama na TV, trabalhador honesto, pai da pequena Laylla.
Em comum, o suor da labuta e a dedicação à prole.
Em comum, também, as circunstâncias da vida e da morte.
Os três viviam em favelas cariocas.
Os três foram assassinados.
Nos três casos, investiga-se a ação criminosa da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Douglas Rafael da Silva Pereira, 26, foi encontrado morto em uma creche na favela do Pavão-Pavãozinho, em Copabacana, zona sul do Rio.
A princípio, a polícia disse que a morte foi provocada por uma "queda".
A mãe do jovem, Maria de Fátima Silva, logo contestou: "tenho certeza que [policiais] torturaram e mataram ele".
Copacabana ardeu em protestos
Ao jornal O Globo, diversos moradores da comunidade denunciaram agressões que os jovens sofrem de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local.
Um adolescente disse que quase todos os amigos dele já foram estapeados por PMs.
"Basta estarmos parados conversando para eles nos tratarem como bandidos", revelou.
Por que jovens e adultos sem envolvimento com o crime são tratados como bandidos?
Qual é o problema da PM do Rio de Janeiro, que é mais temida que respeitada nos morros?

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/diego-iraheta/dg-morto_b_5206010.html


Salvador: Policiais proíbem exibição de documentário sobre morte de garoto por PMs






No último sábado, 3, policiais militares impediram a exibição do documentário Menino Joel(assista no final da matéria) no Nordeste de Amaralina, comunidade de Salvador, capital baiana.  Segundo denúncia publicada no blog da AMNA (Associação de Moradores do Nordeste de Amaralina), membros da associação foram coagidos por PM’s para que não exibissem o filme.
Segundo a denúncia publicada no blog, policiais fortemente armados ameaçaram membros da associação e impediram a exibição do filme alegando que o mesmo incitava a população contra os policiais.
“Policiais fortemente armados ameaçaram com truculência os jovens, alegando que os vídeos incitavam a população contra os policiais. Os jovens ainda tentaram negociar se propondo a passar outro video-documentário mas os policiais impediram ameaçando de arma em riste e alegando a operação Copa do Mundo como motivo para não deixar os jovens exibirem o vídeo”, diz o texto.
O documentário, que seria exibido por meio do projeto Cine Maloca, trata da morte do garoto Joel da Conceição Castro, de 10 anos, durante uma operação policial na comunidade em 2010. O garoto foi atingido por uma bala perdida em casa enquanto se preparava para dormir. Segundo relatos de moradores do Nordeste de Amaralina, policiais militares vinham de outra parte da comunidade atirando a esmo quando Joel foi baleado na cabeça. O caso ganhou maior repercussão na imprensa por Joel ter sido o garoto propaganda de um vídeo publicitário do governo estadual da Bahia.
A investigação da morte apurou ainda que os policiais negaram socorro ao garoto. Os nove PM’s envolvidos no crime foram afastados das suas funções nas ruas, mas o processo contra eles ainda não passou das audiências de instrução .
Em junho deste ano, um primo de Joel foi morto durante outra operação policial na comunidade. De acordo com familiares, Carlos Alberto Conceição Júnior trabalhava em um hotel e, na sua folga, teria saído de casa para encontrar com amigos quando foi morto durante a abordagem policial. Já a PM, em nota, defende que uma viatura fazia ronda no local quando foi recebida a tiros por oito homens, entre eles Carlos Alberto. A morte gerou protestos dos moradores do Nordeste de Amaralina. A família de Joel e Carlos Alberto diz estar sofrendo ameaças sem que as autoridades tomem qualquer providência.
No texto divulgado no site da AMNA, a associação diz que vai continuar com a exibição de filmes através do projeto Cine Maloca e que irá entrar “com uma representação junto ao Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado no sentido de assegurar o direito democrático de livre expressão”. A nota pede ainda que defensores dos direitos humanos enviem cartas ao Comando da Policia Militar da Bahia e ao governador Jaques Wagner (PT) divulgando o documentário proibido.
Em nota, a Polícia Militar da Bahia afirmou que vai apurar os motivos da exibição do documentário ter sido impedida e colocou  a Ouvidoria da PM à disposição da comunidade.
“A Polícia Militar, enquanto instituição mantenedora da ordem, da Lei e do estado democrático de direito, garante a liberdade de expressão, ao tempo em que irá apurar os motivos pelos quais teria sido impedida a exibição do documentário Menino Joel no último sábado (3), no Nordeste de Amaralina.

A PM coloca à disposição da comunidade do Nordeste de Amaralina a sua Ouvidoria, através do 0800 284 0011 e do sitewww.pm.ba.gov.br.”, diz a nota. 


Fonte: http://www.revistaforum.com.br/blog/2013/08/salvador-policiais-proibem-exibicao-de-documentario-sobre-morte-de-garoto-por-pms/

Era piada? A dançarina negra que não gostou de ouvir que tem “cabelo vassoura de bruxa”

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Em seu programa, o apresentador Fausto Silva soltou um comentário racista ao falar de uma das dançarinas da cantora Anitta. Ele relembrava uma declaração que a dançarina Arielle Macedo fez durante o quadro Arquivo Confidencial, no ano passado, quando disse "Arielle com cabelo vassoura de bruxa".
O comentário de Faustão é típico do racismo predominante no Brasil: travestido de piada e dentro de um contexto cordial, bem humorado. Não causaria comoção algumas décadas atrás, quando Luiz Caldas lançava a sua "Fricote", dos versos "nega do cabelo duro, que não gosta de pentear", e negros na TV só apareciam nos clipes da recém-nascida axé music ou em papéis de bandidos ou escravos.
Só que o mundo está mudando e o Brasil, lentamente, também. Entre o lançamento de "Fricote" e a fala do Faustão, os Estados Unidos elegeram Obama, Lewis Hamilton foi campeão mundial de Fórmula 1, a atriz Lupita Nyong'o emprestou sua beleza para divulgar os produtos da Lancôme e, bem ou mal, Joaquim Barbosa virou presidente do STF.
Bailarina e coreógrafa, Arielle é negra e usa seus cabelos naturalmente crespos. Em um episódio da websérie "Faça: dança", produzida pelo Multishow, Arielle conta que o estilo do cabelo foi influência da mãe.
Na sua página do facebook, a dançarina disse ter se ofendido e que é normal ouvir comentários parecidos com o do Faustão.
"Sobre o episódio do Faustão de ontem... fico muito feliz pelo carinho e por de alguma forma vcs me defenderem! Se me ofendi... claro, na hora sim! Mas apelidos é o q mais recebo por aí na rua. Só que eu tenho a minha forma de me manifestar quanto a isso. O cabelo é meu, a vida é minha e me acho linda, e isso é o mais importante! Não me deixo oprimir por nada e nem opinião de ninguém! E se vc se sente bem com isso é assim q deve agir. Enquanto isso estou andando por aí com meu "cabelo de vassoura de bruxa" que eu amo. E que me desculpem as pessoas normais oprimidas pela sociedade. É, eu não sou normal! O racismo sempre vai existir ele se fortifica quando nos sentimos ofendidos . Se estou bem e certa de que eu sou, dana-se a opinião dos outros! Apenas intensificarei minha água oxigenada! Aceita que dói menos!"
O desabafo foi retirado da página algumas horas depois.
Se Arielle, que é linda e está conquistando fama e sucesso na carreira artística ouve críticas por se recusar a aderir à estética eurocêntrica, imagine como é o dia-a-dia das negras anônimas que só querem poder usar o cabelo que a natureza lhes deu?

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Fonte:  http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/24383-era-piada-a-dancarina-negra-que-nao-gostou-de-ouvir-que-tem-cabelo-vassoura-de-bruxa

A cor do amor

POR MAITÊ FREITAS | FOTOS SANGOMA

O cotidiano afetivo da mulher negra: da compreensão da solidão ao empoderamento


Vira e mexe dizem por aí que “tem muita mulher solteira”. O que não se diz é que a maior parte das mulheres solteiras no Brasil são negras. De acordo com o Censo 2010, 52,89% das mulheres negras estão solteiras, ante 24,88% negras casadas e 2,60% divorciadas. Os números assustam, mas viver essa estatística no cotidiano e saber que isso é uma herança histórica é muito pior.
Autora do livro “Virou Regra?” (2010/Scortecci), a pesquisadora, ex-vereadora e presidente do SEDIN - Sindicato de Educação Infantil, Claudete Alves, explica: “A mulher negra enfrenta a solidão independente do extrato social. Não se trata de uma exceção, é a regra, um sintoma histórico que indica um comportamento real, as mulheres negras não têm (em sua grande maioria) a experiência do amor”.
Na mesma linha, a pesquisadora Ana Claudia Lemos Pacheco, autora do recém-lançado “Mulher Negra: Afetividade e Solidão” (2013/EDUFBA), reitera: “A solidão tem origem na estrutura familiar, o que as mulheres negras solteiras têm em comum? A origem social e a família. Já nascem e crescem com o racismo e o sexismo como sistemas cruzados de opressão. Muitas nunca vivenciaram relacionamento fixos, duradouros e saudáveis. A mulher negra, além de sozinha, é a maior vítima da violência doméstica”.
Pautados nesse debate, dois coletivos negros de teatro de São Paulo, a Cia Capulana de Arte Negra e Os Crespos, montaram os espetáculos “Sangoma” e “Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas”, respectivamente. Para o ator Sidney Santiago (Os Crespos), tratar do tema nos palcos faz do “teatro um espaço de reunião, debate e cura. A arte tem como dever do presente inserir temáticas caras à nossa sociabilidade negra e pensar que nossa saúde emocional é tão importante quando todas as outras inserções”.


As dramaturgias assinadas pela pesquisadora Cidinha Silva têm em comum o uso de relatos reais e a própria experiência das atrizes, que em cena dão voz às solitárias mulheres negras. “Sangoma e Pari Cavalos têm em comum o abandono e a solidão pelos quais passam as mulheres negras e a busca do amor como forma de curar, principalmente de curar a elas mesmas à medida em que aprendem a se amar mais”, explica Cidinha.
Os textos, feitos a partir das próprias histórias das atrizes, mexiam com o público. “Muitos homens se incomodaram com o espetáculo, outros reconheceram a história da mãe, da avó… Não tenho como não falar das nossas experiências. A solidão, o silêncio, a dificuldade de reconhecer quando o amor chega, já que nos foi tirada a experiência do amor e de se gostar”, relata a atriz e bailarina Débora Marçal (Cia Capulanas).
O sonho do príncipe encantado, do casamento de véu e grinalda incutido no inconsciente feminino ao longo dos séculos, não faz parte da realidade da mulher negra, a educadora e atriz Adriana Paixão (Cia Capulanas) explica: “Seguimos modelos postos, grande parte das mulheres negras não vivem e nunca viveram esse modelo ocidental de relacionamento. Discute-se outras liberdades, outros temas, sequer olhamos para mulher negra”.
De acordo com a atriz Flavia Rosa (Cia Capulanas), “o racismo atinge todos os campos, muitas vezes a primeira referência de amor já vem com racismo, dentro de casa na relação com a mãe, com o pai (quando este está presente) e irmãos. A partir do momento em que esse desprezo é naturalizado, os demais segmentos e espaços de relacionamento também naturalizam esse descuido. Você não sabe o que é ser bem tratada, isso se estende às relações afetivas e institucionais”.
Os grupos, que tiveram como ponto de partida e inspiração para pesquisa o artigo da ativista e feminista norte-americana bell hooks (seu nome é grafado em letras minúsculas), cujo o artigo “Vivendo de Amor” coloca o dedo na ferida e leva o público a refletir sobre o papel afetivo e a construção de identidade da mulher negra. Segundo a dramaturga, “a autoestima de hoje é o velho amor próprio de nossas avós e bisavós. O enfrentamento ao racismo cotidiano que afeta as mulheres negras e suas famílias, pelas quais elas são responsáveis, roubalhes o tempo e o espaço do cuidado consigo mesmas, enfraquecendo o amor próprio”.
Lucélia Sérigio, atriz e diretora do espetáculo “Pari Cavalos…”, acredita que a solidão não afeta apenas as mulheres negras e pobres, mas é uma constante entre mulheres cuja formação intelectual e cultural é acima da média. Além disso, temos muitos estereótipos sexuais, temos mulheres que precisam ser fortes para não sucumbirem e isso também é um problema no amor. Não somos o ideal de beleza, não estamos em bons empregos para ajudar o companheiro a crescer, somos duras demais, ou cultas de menos, entre muitas outras coisas. Não estamos nem nas novelas! Uma negra bonita é vista como exceção para a maioria dos brasileiros, culta e inteligente, mãe de família e companheira, então... Damos barraco, somos gostosas e cozinhamos bem, é pra isso que servimos. Nossa luta é conquistar alteridade, dignidade e integridade. Isso só é possível através do amor. Começa por nossas escolhas e nossos limites, mas passa por uma consciência coletiva de brancos, pretos, amarelos, azuis, vermelhos, todos. É isso que queremos ao falar de nossos afetos e desafetos”.

Fonte:  Revista Raça Brasil
http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/188/a-cor-do-amor-o-cotidiano-afetivo-da-mulher-308843-1.asp/#.U1mnmJ3M0nw.facebook

Proprietário de time é banido da NBA por comentários racistas

O proprietário do Los Angeles Clippers, Donald Sterling, foi banido da NBA por comentários racistas.
Além de não poder entrar nas instalações da liga nem manter contato com profissionais da NBA, Sterling foi multado em US$ 2,5 milhões (cerca de R$ 5,58 milhões) e terá que vender a equipe.
Os comentários racistas de Sterling aconteceram após sua namorada, a modelo V. Stiviano, postar uma foto em rede social ao lado do ex-astro da NBA Erwin "Magic" Johnson.
O site TMZ divulgou um áudio em que ele pede à namorada que não leve negros a jogos de sua equipe, incluindo Magic Johnson.

Donald Sterling, que foi banido da NBA após comentários racistas, ao lado da namorada V. Stiviano

Durante a conversa, Stiviano questiona a atitude de Sterling justamente por ela ser negra e latina (nasceu no México).
"Me incomoda muito você querer aparecer ao lado de pessoas negras. Por que você faz isso? Você pode dormir [com negros], pode trazê-los, pode fazer o que quiser. A única coisa que peço a você é que não divulgue isso. E não os traga aos meus jogos", disse Sterling.
Donald Sterling, 80, já se envolveu em diversas polêmicas e é considerado nos EUA como "o pior dono de um time no esporte profissional", segundo artigo do jornal "New York Times".
Filho de vendedores, Sterling se mudou de Chicago para Los Angeles quando ainda era jovem e se enriqueceu com investimento no mercado imobiliário. Em 1981, ele adquiriu os Clippers.
O"New York Times" lembra que em 2004, Sterling recusou a pagar uma cirurgia de câncer de próstata, avaliada em US$ 70 mil, a Kim Hughes, então assistente-técnico do time.
O dirigente afirmou que o plano de saúde da franquia não cobria este tipo de cirurgia. Os jogadores Chris Kaman, Corey Maggette, Elton Brand e Marko Jaric fizeram uma "vaquinha" para ajudar Hughes.
Em outro caso polêmico, em 2009, Sterling fez um acordo com a promotoria dos EUA para pagar US$ 2,7 milhões em uma ação movida pelo Departamento de Justiça do país.
Ele foi acusado de escolher sistematicamente inquilinos de seus empreendimentos. Não queria afro-americanos, latinos e nem famílias com crianças.
Ainda em 2009, Sterling foi processado por Elgin Baylor, que o acusou de racismo. Ex-técnico do time, Mike Dunleavy também teve que apelar à Justiça para receber dinheiro que a franquia devia.
CLIPPERS
No comando dos Clippers desde 1981, Sterling conseguiu montar um time capaz de sonhar com o título da NBA em poucas ocasiões. Em 33 temporadas sob o seu comando, a franquia só conseguiu se classificar aos playoffs em sete oportunidades.
O máximo que o time conseguiu atingir foram as semifinais de conferência em 2005/06 e 2011/12. Na atual temporada, a equipe luta para avançar à semi contra o Golden State Warriors. A série melhor de sete está empatada por 2 a 2. O próximo jogo acontece nesta terça, em Los Angeles.
O time já sente os efeitos da polêmica divulgação do áudio com comentários racistas de Sterling.
Nesta segunda-feira, alguns patrocinadores da franquia anunciaram que vão deixar a equipe ou dar uma pausa no acordo até que as investigações terminem.
A revendedora de carros CarMax foi a primeira a anunciar que vai deixar de patrocinar o time. A companhia aérea Virgin America e a empresa de seguros State Farm devem seguir o mesmo caminho.

Fonte:  
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2014/04/1447148-proprietario-de-time-e-banido-da-nba-por-comentarios-racistas.shtml

SOMOS TODOS MACACOS: VALORIZAÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA OU DO PARENTESCO COM O PRIMATA?

Por Rodrigo Fernandes de Oliveira - do NEAB Viçosa
Não sou o dono da verdade, mas ‪#‎somostodosmacacos‬ me parece mais hipocrisia do que solidariedade!
Em hipótese alguma quero negar o racismo expressado pelo torcedor, mas será que o apoio à campanha condiz com o cotidiano? 

Eu lhe pergunto? Somos todos (as) iguais em relação a que? Depende a que se refere. Enquanto parentes dos primatas, sim; Somos todos iguais. Isso a ciência já provou. 
Então porque jogaram a banana logo na direção do jogador Daniel Alves? Simplesmente pelo fato dele ser negro.
No quesito tratamento, entre outros, NÃO SOMOS TODOS (AS) IGUAIS! Não estamos em "pé de igualdade". Se fossemos, ele não teria sido tratado dessa forma. Infelizmente, não é o primeiro e nem será o último caso de racismo no futebol.
Não quero com esse texto incentivar as pessoas a se negarem enquanto macacos. Pelo contrário, todos e todas têm esse direito. Entretanto, considerando a cena vivenciada pelo jogador Daniel Alves, digo que a banana jogada em sua direção se refere muito mais a “negritude” do que simplesmente ao "ser humano enquanto parente do macaco".
Como diz Mano Brown: Ei bacana, quem te fez tão bom assim? Nóis é isso e aquilo. Você não dizia? Agora seu filho quer ser preto(a). Ahhh, que ironia! Sinta o Negro Drama, e tente ser feliz!
Com todo o respeito, mas aqui quem escreve é um sobrevivente!

A sociedade brasileira precisa “urgente” de Formação Antirracista: Somos Negros e Negras, Não somos Macacos!

Texto publicado originalmente no blog do Coletivo Negrada:
http://coletivonegrada.wordpress.com/2014/04/29/a-sociedade-brasileira-precisa-urgente-de-formacao-antirracista-somos-negros-e-negras-nao-somos-macacos/?preview=true&preview_id=206&preview_nonce=d927af94c1&post_format=standard
Por: Coletivo Negrada*
Nesse último domingo o jogador brasileiro, Daniel Alves, que atua no time do Barcelona, foi vítima de racismo e respondeu à agressão comendo a banana que lhe fora atirada pelo torcedor, ironizando assim o ato racista. A partir dessa atitude, alguns “famosos” como Luciano Huck, Angélica, Ivete Sangalo, Michel Teló, Alexandre Pires e Cláudia Leite, entre outros, munidos de suas redes sociais começaram a se expressar de forma como aqueles que no dia à dia combatem o Racismo, nos seus espaços de trabalho, nas escolas, com seus familiares ou com os amigos, agiram também como se estivessem sensibilizados com a questão racial no Brasil, que criminaliza e extermina milhares de jovens negros, matam mulheres negras nos partos “humanizados” nos hospitais ou arrastadas pelas ruas quando “socorridas” pela polícia, e mantém fora do mercado de trabalho e das vagas das universidades, uma parcela importante da população brasileira.
Diante da repercussão dada pelos artistas, milhares de pessoas começaram a postar, compartilhar e retwittar em suas redes sociais inúmeras fotos comendo bananas e promovendo assim a “campanha #somostodosmacacos” produzida por uma empresa de publicidade,  e com o apoio do apresentador Luciano Huck e do jogador de futebol Neymar que em entrevistas no início da carreira, já declarou “nunca ter sofrido racismo, pois não era negro”. O fato de Neymar não se identificar como negro é um direito dele, assim como de qualquer outra pessoa, pois ser negro no Brasil está diretamente associado a questões muito específicas, como a compreensão de fazer parte de um grupo historicamente discriminado e marginalizado e que sofre em razão disso, portanto, não depende apenas de ter um parente  distante ou ter um filho negro, e não se resume ser ou não ser racista, ter um vizinho, um amigo ou namorado(a) negro(a), ou trabalhar ou estudar com negros, são suas atitudes diárias e frequentes que mostrarão quem você é? e qual é seu carácter? Sem contar, que em um país como o Brasil que ainda passa por um processo de “embranquecimento” herdado da imigração européia, se identificar como negro é para “muitos” carregar um “grande peso social” associado.
A atitude de Neymar de aparecer dando exemplo ao seu filho “comendo bananas”,  foi rapidamente alastrada pelas redes dos artistas, “globais”, fãs e internautas que começaram a postar fotos como forma de apoio ao Daniel Alves. Infelizmente, todas essas pessoas que postaram fotos comendo bananas ou exibindo-as nas redes sociais ‘linkadas” a hashgtag da campanha, pensavam que estavam fazendo um protesto válido de Combate ao Racismo, porém, #Somos Negros e Negras, #Respeitem nossas diferenças! #Não somos Macacos! assim como pessoas brancas, amarelas e verdes também não são.
           Dessa forma, percebe-se a grande necessidade que a sociedade possui de receber formação antirracista, pois este foi apenas mais um exemplo da forma que os discursos racistas estão impregnados em grande parte da sociedade brasileira e são transmitidos pelos grandes meios de comunicação, que ao invés de promover o debate antirracista em sua programação normal, reproduzem o racismo diariamente, e dando repercussão a esse tipo de campanha descabida.
Dizer que “#somostodosmacacos” é classificar o homem dessa forma em uma comparação análoga ao animal “macaco” e como ser humano menos evoluído, como “não ser humano”. Neymar pode até dizer que não é Negro, no entanto não pode classificar à todos, inclusive a nós, negros e negras, como “não seres humanos” o que por si só descarta a existência do racismo já que não somos humanos? sem contar que, o jogador Neymar reverteu a atitude de seu companheiro, Daniel Alves, que ao contrário ironizou o ato racista. Ressaltamos ainda que atos como esses não devem jamais ser ignorados, devendo ser punidos na forma da lei. E a mídia ao reproduzir da mesma forma que o Neymar, “afirmando” como ser uma ação antirracista, na verdade só reforça estereótipos tão rechaçados pela população negra.
           As ações de Daniel e Neymar foram completamente distintas, o primeiro ironiza o problema e o segundo reforça o estereótipo. O problema maior é que jogadores como ambos têm uma grande visibilidade mas infelizmente não utilizam esse destaque para promover verdadeiramente campanhas de combate do racismo em qualquer que seja o espaço, enquanto que suas atitudes só banalizam a luta da população negra por igualdade de direitos e tratamento. Assim, se destaca cada vez mais a importância e a necessidade urgente de implementação das Leis 10.639 de 2003 e 11.645 de 2010, que requer o ensino e a valorização da História e da Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena na construção do Brasil e da identidade Brasileira, para que todos possam compreender, trabalhar e discutir as questões étnico-raciais não só nas escolas, mas em todos os espaços, onde ainda tais questões são proibidas.
“Muitos afirmam vivermos numa democracia racial e justificam o racismo como um problema de classe social ou do próprio negro, mas atos como esses demostram que o racismo é um problema que vai além das questões de classe social e que mantém os privilégios de um grupo racial dominante em detrimento da marginalização de outros”.
*O Coletivo Negrada é uma organização de estudantes negros e negras, indígenas e cotistas da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES.

Mais um dia de dor na periferia de Viçosa: onda de violência contra a juventude negra e pobre


Publicado originalmente no blog Ecos da Periferia: 
http://ecos-periferia.blogspot.com.br/2014/05/mais-um-dia-de-dor-na-periferia-de.html

No dia do trabalhador e da trabalhadora não foi dia de comemoração para quem mora na periferia de Viçosa (MG), foi mais um dia de tristeza e dor, mais um dos nossos jovens foi assassinado. Emerson Carlos da Silva, de 17 anos.




Familiares reclamam demora: corpo de Emerson ficou por horas estendido próximo de sua residência Foto: Jornal Folha da Mata

Não bastasse a dor de perder um filho de forma brutal na porta de casa, a mãe, mulher trabalhadora, teve de assistir por horas a fio, o corpo do filho estendido naquele asfalto junto à sua bicicleta, na espera do encaminhamento para o Instituto Médico Legal da cidade de Ubá que fica a cerca de 60km de Viçosa. O homicídio aconteceu na rua São Francisco, bairro Amoras, por volta das 09h da manhã, sendo retirado da rua somente por volta das 13h, depois disso a família ainda teria de aguardar a liberação do IML de Ubá para finalmente velar o corpo.

A revista "Rolimã- Em defesa dos direitos da criança e do adolescente" cita Viçosa como uma das cidades do interior do estado de Minas Gerais que compartilha com a capital BH, "taxas extremamente altas de homicídios juvenis". A matéria intitulada "Minas: urbanização que mata" relaciona o aumento do número de homicídios nas cidades do interior de Minas com o processo de urbanização segregador.


O peso da história: a escravidão e as cotas

A história é uma bola de ferro que bisnetos e bisnetas das vítimas da escravidão ainda arrastam pelos tornozelos. seus efeitos nocivos continuam se fazendo sentir todos os dias.
eu (nascido em 1974) cursei o ensino fundamental no colégio santo agostinho (um dos melhores da cidade), o médio na escola americana do rio de janeiro (na época, a mais cara do brasil) e, depois, história no ifcs/ufrj(turma de 1999) porque meu pai cresceu em botafogo, fez o ensino médio no colégio andrews(tradicionalíssimo) e se formou bacharel em economia (turma de 1970) pela mesma ufrj.
meu pai (nascido em 1946) estudou na ufrj porque meu avô estudou engenharia no instituto eletrotécnico de itajubá, atual universidade federal de itajubá (turma de 1938) e trabalhou durante muitos anos para a chesf(companhia hidro-elétrica do são francisco), inclusive nas obras do complexo hidrelétrico de paulo afonso.
meu avô (1909-1989) foi engenheiro porque meu bisavô (1876-1965) saiu do mato grosso (onde seu pai, veterano do paraguai, estava servindo desde a guerra) pra estudar no colégio militar do rio de janeiro, onde foi comandante-aluno de 1897 (ou seja, tirou dez em tudo e foi imortalizado numa plaquinha), formou-se engenheiro militar, participou do episódio dos 18 do forte de copacabana e reformou-se coronel.
em 1888, com 12 anos de idade, meu bisavô estudava na capital do império, em um dos melhores colégios públicos do país, com bolsa integral, soldo e emprego garantido após a formatura.
se, ao invés disso, nesse mesmo ano, ele tivesse sido libertado (leia-se posto pra fora de casa) com a roupa do corpo, analfabeto e despreparado, sem conhecer pai e mãe, desprovido de qualquer poupança ou bens*, teriam seus filhos e netos e bisnetos estudado nas melhores escolas e universidades do país e feito parte da elite brasileira?
sem esse capital socioeconômico e cultural acumulado pelo meu bisavô em 1888 (para não irmos mais longe), onde teria ido parar a cadeia de acontecimentos que desembocou na minha vida? estaria eu, nesse momento, sadio e medindo 1,80m, cursando um doutorado no exterior e escrevendo essas linhas? dentre minhas realizações, quantas são exclusivamente por mérito meu e quantas são consequência direta da vida privilegiada que eu e meus antepassados levamos? que tipo de dívida eu tenho com as pessoas que não tiveram tanta sorte? será ético simplesmente dizer “sorte minha, azar deles, e foda-se, hoje já nivelou tudo e no vestibular todos têm chances iguais”?
dado que os efeitos nocivos da escravidão ainda se fazem sentir na pele dos bisnetos e bisnetas das vítimas diretas, não é tarde demais para serem indenizadas pelo estado.
e as cotas são um bom começo.
cotas raciais ou cotas sociais?
ser a favor de cotas raciais não quer dizer ser contra cotas sociais. aliás, não conheço nenhuma pessoa que defenda cotas raciais e que seja contra cotas sociais.
o problema é que quando se aplicam só cotas sociais (por renda, para pessoas oriundas de escolas públicas, etc), o que se vê são pessoas brancas se beneficiando delas desproporcionalmente mais do que negras ou indígenas.
o objetivo das cotas é corrigir distorções: se apenas fizermos cotas para corrigir as distorções sociais, corremos o risco de aprofundar ainda mais as distorções raciais.
precisamos corrigir todas.
 Fonte: Revista Forum - http://www.revistaforum.com.br/outrofobia/2014/04/10/o-peso-da-historia-escravidao-e-cotas/