sábado, 27 de julho de 2013

RACISMO - TJ-SC condena jornalistas por racismo em charge



  
    Um chargista e um editor-chefe de um jornal da Região Serrana de Santa Catarina foram condenados pela prática de racismo por uma publicação de fevereiro de 2007. A decisão foi tomada, por unanimidade, pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do estado na terça-feira (28/5). A denúncia foi feita pela    Promotoria da Comarca de Lages e na primeira instância os réus foram absolvidos.
   O motivo da disputa judicial é a publicação de uma charge que, a pretexto de discutir a menoridade penal, apresentava uma mulher negra na sala de parto. No desenho, também estão no local quatro bebês negros, com tarjas nos olhos, saindo do local. Para completar, a ilustração mostrava um médico que, ao telefone, bradava: “Segurança!!! É uma fuga em massa!!!”. 
   O desembargador Jorge Henrique Schaefer Martins destacou que o direito à liberdade de expressão não pode prevalecer sobre o direito à dignidade e à igualdade. O relator ainda apontou que “pelo título, maneira como as crianças descem pelo lençol, bem como pelos dizeres do personagem, depreende-se que há nítida intenção de fazer uma analogia da situação com a fuga de um estabelecimento prisional, tratando-se de verdadeiro racismo velado“.
   De acordo com Schaefer Martins, ficou nítida no material a relação entre crianças negras e criminalidade. “A charge publicada induz à discriminação racial, incutindo sentimento de desprezo e preconceito contra os indivíduos afrodescendentes”, concluiu o desembargador da corte catarinense. 
   O chargista foi condenado à pena de dois anos de reclusão, enquanto o editor-chefe, por ter sua atuação considerada como de menor importância, recebeu pena de um ano e quatro meses de reclusão. Ambos foram beneficiados com o regime aberto e a substituição da pena de prisão por restritivas de direitos. Cabe recurso. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SC.

 Fonte: http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/19035-tj-sc-condena-jornalistas-por-racismo-em-charge#.UazvNkQeKVI.twitter

TESTE DO PESCOÇO

Querem saber se existe racismo no Brasil? Façam o Teste do Pescoço!

1. Andando pelas ruas, meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos negros/as são balconistas;

2. Vá em quaisquer escolas particulares, sobretudo as de ponta como; Anglo, Objetivo, Dante Alighieri, entre outras, espiche o pescoço pra dentro das salas e conte quantos alunos negros/as há . Aproveite, conte quantos professores são negros/as e quantos estão varrendo o chão;

3. Vá em hospitais tipo Sírio Libanês, enfie o pescoço nos quartos e conte quantos pacientes são negros, meta o pescoço a contar quantos negros médicos há, e aproveite para meter o pescoço nos corredores e conte quantos negros/as limpam o chão

4. Quando der uma volta num Shooping, ou no centro comercial de seu bairro, gire o pescoço para as vitrines e conte quantos manequins de loja representam a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço nas revistas de moda , nos comerciais de televisão, e conte quantos modelos negros fazem publicidade de perfumes, carros, viagens, vestuários e etc

5. Vá às universidades públicas, enfie o pescoço adentro e conte quantos negros há por lá: professores, alunos e serviçais;

6. Espiche o pescoço numa reunião dos partidos PSDB e DEM, como exemplo, conte quantos políticos são negros desde a fundação dos mesmos, e depois reflitam a respeito de serem contra todas as reivindicações da etnia negra.

7. Gire o pescoço 180° nas passeatas dos médicos, em protesto contra os médicos cubanos que possivelmente irão chegar, e conte quantos médicos/as negros/as marchavam;

8. Meta o pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de correção para menores, conte quantos são brancos, é mais fácil;

9. Gire o pescoço a procurar quantas empregadas domésticas, serviçais, faxineiros, favelados e mendigos são de etnia branca. Depois pergunte-se qual a causa dos descendentes de europeus, ou orientais, não são vistos embaixo das pontes ou em favelas ou na mendicância ou varrendo o chão;

10. Espiche bem o pescoço na hora do Globo Rural e conte quantos fazendeiros são negros, depois tire a conclusão de quantos são sem-terra, quantos são sem-teto. No Globo Pequenas Empresas& Grandes Negócios, quantos empresários são negros?

11. Nas programações das Tvs abertas, acessível à maioria da população, gire o pescoço nas programações e conte quantos apresentadores, jornalistas ou âncoras de jornal, artistas em estado de estrelato, são negros. Onde as crianças negras se veem representadas?

Agora o Teste do Pescoço tem VOZ!
Pra quem tem preguiça de ler... Ouçam!
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=r-frpJ2Lczc
Aplique o Teste do Pescoço em todos os lugares e depois tire sua própria conclusão. Questione-se se de fato somos um país pluricultural, uma Democracia Racial e se somos tratados iguais perante a lei?!


*Curta a página e saiba nossa história preta! História Preta - Fatos & Fotos.

Blackface? Yes we can!

Por Charô Lastra

   Agora que a África é tendência, ao invés de termos um aumento no número de modelos negras contratadas, temos presenciado um aumento alarmante da blackface no meio fashionista. O caso da vez é a Vogue Holanda que pintou o rosto de uma modelo para homenagear o trabalho Marc Jacobs para Louis Vuitton, inspirado na inesquecível Josephine Baker.
   Obviamente é uma atitude friamente calculada. É justamente por causa da blackface que essa edição da revista será tão comentada. Como a informação é cada vez mais volátil, é preciso que marcas, políticos e personalidades da mídia criem factoides para estar em constante evidência. O problema é que em nome de uma desejável superexposição, mais do que nunca tem se usado falas e instrumentos historicamente preconceituosos.
   Em poucos casos acontecem retaliações em função da ignorância, da impunidade. Também contribui a ideia equivocada de que a arte, esse instrumento sublime acima de qualquer suspeita, possa ser racista. Quem não se lembra da briga pra reconhecermos que Monteiro Lobato… Bem, vocês sabem. É por isso que preciso começar esse post explicando en bref a origem da blackface.

I. A BLACKFACE COMO ESTEREÓTIPO RACISTA
II. A BLACKFACE COMO EXCLUSÃO
III. WHITE PEOPLE DO NOT SMELL LIKE WET DOG!
IV. BLACKFACE? YES WE CAN!  
V. MUITO MAIS 
...

PARA LER O TEXTO NA ÍNTEGRA, ACESSE: 
http://blogueirasnegras.wordpress.com/2013/04/18/blackface-yes-we-can/
 

Protestos pelo Brasil - Violência: Para a PM e governos burgueses, negros e pobres são os baderneiros de nascença

   
   Em alguns protestos espalhados pelo país tivemos a oportunidade de ver como atua a PM no dia a dia nas comunidades negras e pobres; o que se seguiu foram as tentativas da imprensa burguesa de mostrar a polícia como uma protetora dos manifestantes, não o contrário.
   Nas primeiras manifestações a imprensa da burguesia fez questão de chamar os manifestantes de “vândalos”, “baderneiros”, que estavam causando a desordem nas cidades e impedindo o direito de ir e vir, como se esse direito houvesse existido algum dia.
   Na quinta-feira, dia 13, a PM de Alckimin e Haddad deram o comando para os militares agirem com “firmeza” com relação aos protestos. Comando que resultou em uma guerra onde só a PM tinha os meios para a luta, bombas, balas de borracha e cassetetes. Repórteres, da imprensa burguesa, inclusive, provaram pessoalmente que a PM atira no rosto, prende inocentes e destila repressão, apenas. Não existe para proteger ninguém; não atira em “suspeito” ou em quem “reagiu”, mas dispara na cara de inocente.
   O movimento negro e as comunidades pobres lançaram notas e textos nos quais afirmaram: é isto que ocorre diariamente aqui...

PARA CONTINUAR LENDO, ACESSE: http://www.pco.org.br/negros/para-a-pm-e-governos-burgueses-negros-e-pobres-sao-os-baderneiros-de-nascenca/aios,s.html?fb_action_ids=10200551465283996&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map={%2210200551465283996%22%3A614693248564144}&action_type_map={%2210200551465283996%22%3A%22og.likes%22}&action_ref_map

Protestos pelo Brasil - RJ: Revolta dos Turbantes afirma reivindicações da população negra durante manifestação histórica na cidade do Rio de Janeiro

TEXTO Vilma Neres ǁ FOTOS Antonio Terra

   “ Quero cotas iguais e não diferentes! (…) Essa reparação já passou da hora, não desisto, pois eu sou um negro quilombola. A força do Ilê nos conduz nessa trajetória. Esse país aqui foi feito por nós, ninguém vai mudar ou calar a nossa voz! (…)”
 
O trecho acima da música “A bola da vez” do Ilê Aiyê noticia o sentimento do grupo “Revolta dos Turbantes”, formado por estudantes, professores, fotógrafos, jornalistas, cientistas sociais, geógrafos etc., sendo todos esses jovens e adultos negros* participaram do último protesto sucedido no dia 20 de junho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro, em afirmação e reivindicação das pautas de demandas da população negra local. Sensibilizados com a falta de representação de pessoas nas últimas manifestações em favor das questões que atingem essa população, um grupo de aproximadamente 200 pessoas juntou-se ao mar de gente que cobria as quatro pistas de trânsito numa extensão de 3,5 km da Avenida Presidente Vargas.
   “Revolta dos Turbantes” formaliza o encontro entre jovens e adultos. Alguns desses, a exemplo da professora pela rede pública de ensino do município do Rio de Janeiro, Adélia Azevedo, Crispim Pinheiro, os fotógrafos Januário Garcia, José Andrade e do produtor audiovisual Umberto Alves, também foram às ruas durante o regime militar, protestaram a favor das Diretas Já e pelo impeachment de Collor, em 1992. Esse encontro, consolidado no dia 20, foi político. Inicialmente motivado pelos jovens, Júlio Vitor e Rodrigo Reduzino, através do facebook e mais efetivamente no dia 19 em uma reunião presencial sediada no pátio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IFCS/ UFRJ, Centro da cidade.  “Revolta dos Turbantes” caracteriza um encontro também simbólico e estético, em que quase todos adornaram suas cabeças com turbantes em valorização da ancestralidade africana. Do mesmo modo que representa o grito pelas demandas da população negra, iniciado defronte à Igreja da Candelária, onde velas foram acesas em memória dos jovens mortos durante a chacina de 1993.

 A lista de pautas exigidas, ao Estado e à sociedade brasileira, espelha a invisibilidade de negros e a violação de seus direitos nos mais diversos setores do país. Essas reivindicações abarcam até mesmo os direitos fundamentais, ainda inexistes em algumas regiões do país, como o acesso à saúde, educação e moradia digna. Entre outras demandas específicas da população negra, como em apoio a PEC das domésticas; contra o extermínio da juventude negra; pela demarcação e titulação das terras de Quilombo e Indígenas; pela efetivação da Lei 10.639/2003 e 11.645/2008 que instituem o ensino da história africana, afrobrasileira e indígena no currículo escolar; respeito às religiosidades de matriz africana; pelo acesso à renda e ao mercado de trabalho; contra a remoção de famílias em áreas onde há especulação imobiliária; contra o Estatuto do Nascituro; pela desmilitarização da PM; contra a redução da maioridade penal; pelo fim do racismo no SUS.

    O fotógrafo José Andrade (Zezzynho), também militante desde os idos do regime militar relembrou emocionado a manifestação de 1988 durante o Centenário da Abolição, em que foram impedidos de ultrapassar o monumento Pantheon Duque de Caxias, localizado na Avenida Presidente Vargas. “Esse grupo de jovens, que ordeiramente acompanhou toda a manifestação, com palavras de ordem as quais de desejo e de desabafo sobre o sistema, deu essa resposta ao atravessarmos o Pantheon”, conta. Disse ainda se sentir com a alma lavada e a sensação de dever cumprido com a Revolta dos Turbantes. Andrade citou alguns nomes dos que eram jovens naquela época e que se fizeram presentes nessa última manifestação, a exemplo de Marcos Romão, Januário Garcia, Adélia Azevedo, Spirito Santo, Aderaldo Gil, e mais alguns outros que estiveram presente compartilharam esse momento.
Assim como os demais manifestantes que coloriram a Avenida Presidente Vargas no início da noite do dia 20, durante o ato da “Revolta dos Turbantes” foram entoadas as seguintes mensagens, direcionadas aos demais manifestantes que lá protestavam por causas específicas, não somente pelo direito ao passe livre:

“Eu não sou bunda, eu não sou peito! Mulher Preta pede respeito!”
“A polícia mata preto!”
“O Estado mata Preto!”
“Quem não pula é racista!”
“Vem, vem, vem pra rua vem contra o racismo!”

Abaixo, assista um vídeo postado por Afronaz Kauberdianuz, em sua página no youtube. A fala é do militante e professor pela rede pública/federal de ensino, Aderaldo Gil, durante o encerramento do ato da “Revolta dos Turbantes” aos pés do monumento Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas.
Fonte: http://vilneres.wordpress.com/2013/06/22/revolta-dos-turbantes-em-20-de-junho-de-2013/

Protestos pelo Brasil - Imagem amplamente divulgada na rede social Facebook


Entrevista de Grande Othelo - no Roda Viva em 1987


Itália - Vereadora de extrema-direita diz que ministra negra deveria ser estrupada

"Por que ninguém estupra essa mulher?" O comentário no Facebook de Dolores Valandro, vereadora pelo partido de extrema-direita Liga Norte, contra a primeira ministra negra da Itália gerou uma forte polêmica nesta quinta-feira. Dolores escreveu sobre uma foto de Cecile Kyenge, responsável pela pasta de Integração, e se referia a uma reportagem publicada por um site italiano sobre a suposta tentativa de estupro de duas mulheres por um africano.
"Assim ela entenderia o que a vítima de uma atrocidade sente. Que vergonha", escreveu Dolores em letras maiúsculas.

   O comentário foi rapidamente divulgado e condenado por diversas pessoas nas redes sociais. A ministra foi elegante ao responder no Twitter:
   "Este tipo de linguagem vai além de mim, porque incita a violência em geral", escreveu Cecile, que nasceu na República Democrática do Congo e se mudou para a Itália aos 18 anos. "Isso é um insulto a todos os italianos."
   A repercussão do caso levou a vereadora de Pádua a se desculpar, durante uma entrevista de rádio. Segundo a vereadora e integrante do partido de direita Liga Norte, "o comentário foi feito em um momento de raiva".
   - Não sou má. Era só uma piada. Às vezes, deixo a raiva escapar assim. Não sou violenta.

   Outras figuras públicas do país também se manifestaram a favor de Cecília. O primeiro-ministro, Enrico Letta, enviou um comunicado condenando o comentário de Dolores Valandro.
"Cecília Kyenge está certa. Cada um de nós deve se sentir ofendido. Ela tem minha solidariedade pessoal, bem como a do governo e do país", afirmou Enrico.
   Laura Boldrini, presidente da Câmara Baixa do Parlamento, disse aos jornais locais: "As palavras de Dolores Valandro são inaceitáveis ??e cheias de racismo e ódio. O pior é ela ser uma mulher com um papel político importante e sugerindo o estupro como forma de punição."
   Desde que assumiu o cargo em abril deste ano, Cecile já foi alvo de comentários sexistas e racistas. Embora sua nomeação tenha sido encarada como um avanço para o país, membros da Liga Norte e de partidos ligados a grupos neonazistas têm repetidamente insultado a ministra devido à sua origem.
   A maior bandeira da ministra é tentar tornar mais fácil para os imigrantes a obtenção da cidadania. Por isso, a extrema-direita do país a acusa de querer impor "tradições tribais" do Congo na Itália.

Fonte: Portal Geledes - http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-mundo/19292-italia-vereadora-da-extrema-direita-diz-que-ministra-negra-deveria-ser-estuprada
 

domingo, 14 de julho de 2013

Campanha “Eu Pareço Suspeito?



   A campanha “Eu Pareço Suspeito?” surgiu da necessidade de contribuir com a luta antirracista no país e fomentar a conscientização da juventude negra e periférica sobre a importância do combate às diversas formas de racismo, tendo como foco principal o desmascaramento de estereótipos negativos relacionados aos jovens negros e pobres.
    A campanha divulgara peças publicitárias sob o tema “Eu Pareço Suspeito?”, com a participação de lideranças da militância política e do mundo artística com a finalidade de chamar atenção da sociedade brasileira para a violência que mata cada vez jovens negros. A Campanha é um instrumento de ação e combate ao racismo institucional. Pois, sabe-se que a violência racial agrava-se em situações de experiências de abordagem policial no qual a vitima é vista como “suspeito em potencial” por ser negro e pobre.
    A campanha fomentara seis eventos com palestras, workshops culturais de arte-graffiti, discotecagem, dança-Break, Pocket shows sobre a temática abordada. O evento circulara em espaços de cultura e educação das periferias em São Paulo e região. A entrada é sempre gratuita. mais informações no e-mail: waibrasil@hotmail.com

Fundação Cultural Palmares certifica mais 54 comunidades quilombolas

As novas comunidades  que receberam o documento estão concentradas  nos estados do Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão, Bahia e Amapá

Por Cristiane dos Santos/ Ascom FCP

   Reconhecer as origens e ampliar os direitos. Esses são os princípios da certificação de comunidades quilombolas, emitida pela Fundação Cultural Palmares – FCP desde 2004. Agora, mais 54 grupos poderão ter mais acesso às políticas públicas sociais e de habitação do Governo Federal, pois acabam de receber o documento de autodefinição, de acordo com o texto publicado no Diário Oficial da União, da última sexta feira, 24/05. Até hoje, a FCP já emitiu 1.845 certidões, o Brasil já conta com 2.185 comunidades reconhecidas.
   Para Hilton Cobra, presidente da Fundação Palmares, a certificação é um grande passo para a cidadania. “O foco não está apenas em garantir autonomia social, ocupação e geração de renda, mas também em proteger o patrimônio material e imaterial e o apoio às manifestações culturais dessa gente negra brasileira”. (Sugestão)
   Mais acesso às políticas públicas – De acordo com Alexandro Reis, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-Brasileiro da FCP, após a certificação “a comunidade passa a ter mais visibilidade em relação ao acesso às políticas públicas”, ressalta. Reis explica os benefícios que esse reconhecimento leva às famílias quilombolas “como receber a titulação do território, participar do Minha Casa, Minha Vida, do Programa Brasil Quilombola e passa ser habilitada para  o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar)”.

PARA LER NA ÍNTEGRA, ACESSE:
http://www.palmares.gov.br/2013/05/fundacao-cultural-palmares-titula-mais-54-comunidades-quilombolas/


Sobre a autoestima da mulher negra e o ser 'preta e metida' - Por: Verônica Rocha

   Considerando que vivemos em um mundo em que negrxs são constantemente colocadxs "no seu lugar", submetidxs a mercado de trabalho racista, mídia racista, padrão de beleza eurocêntrico, e tudo o mais, a autoestima de negrxs incomoda. É como se fosse uma ousadia, esse passar por cima do que lhe é imposto, passar por cima de tudo que tenta colocá-lx em seu lugar. Já escutei e muitos devem ter escutado pelo menos uma vez na vida a expressão "Que pretx metidx!" por parte de pessoas ao se referirem a negrxs que transparecem segurança e autoestima, em relação a própria aparência e/ou ao que faz e a posição na qual está, e sem se deixar intimidar. O que acontece muito comumente é, não essa expressão ser claramente proferida, mas que o conceito por trás dela fique implícito na fala, incômodo, e reação das pessoas.
    Em consequência disso, a situação específica da mulher negra e sua autoestima é muito complexa. Como mulheres negras, constantemente somos ditas pela sociedade pra nos sentirmos coagidas e inferiores. Nossos cabelos são "ruins", somos feias, escuras demais, nariz largo demais, jamais ocuparemos uma posição da qual possamos nos orgulhar, não somos capazes de muita coisa. A ordem é que nós saibamos o que somos, para que servimos, qual é nossa posição no mercado e no mundo, e que estejamos o tempo todo tentando nos adaptar ao que é beleza de verdade. Nós mulheres negras temos toda uma vida de experiências pessoais que dizem respeito a constantes tentativas violentas de sabotagem de nossa auto-estima, vindas de todos os âmbitos e parte imagináveis.
    Sendo assim, meninas e mulheres negras com auto-estima são uma afronta para o mundo. É simplesmente errado, como todas as nossas tentativas de te diminuir e negar sua beleza, importância, capacidade e talento para o mundo não funcionaram?
    Considero que a atriz e cantora Preta Gil pode ser usada como um dos exemplos (que não faltam), de que mulheres negras com autoestima despertam ódio. Frequentemente chacota de humoristas imbecis e sem talento, ela virou seu alvo favorito. Virou a referência de mulher "feia". Pois sendo preta e gorda, com muita segurança, que fala o que quer, e sem vergonha nenhuma de ter muita autoestima e deixar isso bem claro, incomoda muita gente. O senso-comum criado e reforçado sobre ela é que é um disparate ela se achar bonita e gostosa, não se deixar intimidar, ser livre, rir alto, fazer muito sexo e se sentir à vontade consigo mesma e com o próprio corpo. Todas as piadas, a chacota, a obsessão dos humoristas e do público em relação a ela contém um implícito "Como você ousa? 'Se enxergue', coloque-se no seu lugar"...

Para ler o texto na íntegra, acesse:

http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questoes-de-genero/265-generos-em-noticias/19098-sobre-a-autoestima-da-mulher-negra-e-o-ser-preta-e-metida

História - Primeira médica negra estadunidense

  
   Dra. Eliza Ann Grier, foi a primeira mulher afroamericana licenciada para a prática da medicina no estado da Georgia, Estados Unidos.
    Nascida em 1864 no período da escravidão, e quando já havia sido deflagrada a Guerra Civil, ela foi emancipada quando a escravidão foi abolida. Eliza quebrou todos os paradigmas culturais e sociais para as mulheres negras no final do século XIX. Ela enfrentou a discriminação racial e os problemas financeiros enquanto buscava o seu sonho de se tornar médica. Para custear os seus estudos ela alternava um ano de estudos com um ano de trabalho na colheita de algodão. Ao todo foram 7 (sete) anos até a graduação que ocorreu em 1898.
    Em dezembro de 1890, Eliza escreveu uma carta ao Woman's Medical College of Pennsylvania ( primeira instituição médica no mundo a treinar mulheres e oferecer o certificado de Doutor em Medicina ) , questionando sobre os custos do curso de medicina, e se era possível que ela realizasse qualquer trabalho sem que este causasse interferência nos estudos.
    " Eu não tenho dinheiro e muito menos uma fonte de renda. Mas posso trabalhar por cada dólar", ela disse.
    Eliza passou 7 (sete) anos trabalhando e estudando para se tornar uma professora na Fisk University in Nashville, Tennessee, mas ela acreditava que pudesse trazer mais benefício para a sua raça conseguindo uma graduação médica.
    Ela perguntou ao decano da Woman's Medical College of Pennsylvania: " de alguma forma é possível para um escravo emancipado obter qualquer tipo de ajuda em uma profissão tão ilustre? "
    Eliza foi admitida no colégio e alternou os períodos de estudos com trabalho até conseguir o diploma. Ela completou os seus estudos em 1897 e no mesmo ano conseguiu a licença para trabalhar na Fulton County, Georgia.
    De acordo com os registros no North American Medical Review de 1898, quando Eliza aplicou para a licença de médica na Georgia, ela se tornou a primeira mulher Afroamericana médica no estado.
    " Quando eu vi todas as mulheres de cor fazendo todo o trabalho nos casos de parto [nascimento], " ela se questionou "e todas as taxas indo para um médico branco que somente observava, Eu me perguntei, por que eu não fico com a taxa eu mesma? Por esse motivo eu tive que me qualificar. Eu fui até a Filadélfia, estudei medicina, recebi meu diploma, e retornei a Atlanta onde eu vive toda a minha vida para praticar a minha profissão. Alguns dos melhores médicos brancos da cidade me receberam bem, e me disseram que me dariam uma oportunidade.  Foi tudo o que eu pedi. "
    Eliza e outros médicos negros da época enfrentaram o sistema segregacionista e as leis Jim Crow. Eles construíram hospitais, formaram sociedades profissionais e criaram instituições de ensino para dar sustentabilidade, bem como as comunidades. Ela sempre se manteve focada nas oportunidades apesar das dificuldades, se empenhou para melhorar os padrões de saúde e higiene para os afroamericanos na área rural.
    Em 1901 Eliza era um dos 200 participantes da conferência
Tuskegee Negro Conference, que reuniu líderes nacionais, dentre eles William Edward Burghardt Du Bois. Nesse período ela se mudou para Albany na Georgia, onde seu irmão também exercia a medicina.
    Durante a sua luta para se qualificar e para praticar a medicina ela nunca desistiu. Quando morreu, depois de apenas alguns anos de prática, ela tinha conseguido um feito notável. Apesar de ter nascido durante a escravidão e ter sida emancipada e com poucos recursos financeiros ou educação, ela frequentou uma escola líder em medicina, e se tornou a primeira mulher Afroamericana licenciada para exercer a medicina na Geórgia.
   Eliza faleceu em 1902.

Filmes recomendados sobre a Negritude



"Raça – Um filme sobre a Igualdade"

Um documentário de Joel Zito Araújo, assista ao trailer em : http://www.racafilme.com.br/





                                                   Vídeo:  " Vista minha pele"
 Acesse aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM

10 idéias errôneas que temos sobre a África


     Uma jornalista da Namíbia, Christine Vrey, estava revoltada com a ignorância das pessoas com quem já conversou a respeito de seu continente natal, a África. Segundo ela, o mundo ocidental sabe muito menos do que deveria sobre o continente africano, pecando por ignorância e preconceitos. Pensando nisso, Christine elaborou uma lista com dez ideias enganosas sobre o continente. Confira:



10 – A ÁFRICA É UM PAÍS
Pode parecer inacreditável, mas muitas pessoas, segundo ela, ainda pensam que a África inteira é um país só. Na verdade, o continente africano tem 61 países ou territórios dependentes, e população superior a um bilhão de habitantes (o que faz deles o segundo continente mais populoso, atrás apenas da Ásia).

9 – A ÁFRICA INTEIRA É UM DESERTO
Dependendo das referências (alguns filmes, por exemplo), um leigo pode imaginar que a África inteira seja um deserto escassamente povoado por beduínos e camelos. Mas apenas as porções norte e sudoeste do continente (desertos do Saara e da Namíbia, respectivamente) são assim; a África apresenta um rico ecossistema com florestas, savanas e até montanhas onde há neve no cume.

8 – TODOS OS AFRICANOS VIVEM EM CABANAS
A fama de continente atrasado permite, segundo Vrey, que muitas pessoas achem que a população inteira habite cabanas com paredes de terra e teto de palha. A África, no entanto, tem moderníssimos centros urbanos nos quais vive, na realidade, a maior parte da população. As pessoas que habitam tais cabanas geralmente vêm de grupos tribais que conservam suas vilas no mesmo estado há muitas décadas.

7 – OS AFRICANOS TÊM COMIDAS ESTRANHAS
Uma cidade africana, de acordo com a jornalista, se assemelha a qualquer outra localidade ocidental no quesito alimentação: pode-se encontrar qualquer lanchonete de fast food, por exemplo. Christine explica que os hábitos alimentares dos africanos não diferem muito do nosso, exceto pelo que se come em algumas refeições, como o “braai” (o equivalente ao nosso churrasco).

6 – HÁ ANIMAIS SELVAGENS POR TODA PARTE
Em uma cidade africana, você verá o mesmo número de leões ou zebras que encontraria nas ruas de qualquer metrópole mundial: zero. Não há absolutamente nenhuma condição favorável para eles nos centros urbanos, é óbvio que vivem apenas em seus habitat naturais. Se você quiser ir à África com o intuito de observar animais selvagens, terá que fazer uma viagem específica para esse fim.

5 – A ÁFRICA É UMA EXCLUÍDA DIGITAL
A jornalista Christine conta que ainda conversa com pessoas, pela internet, que ficam surpresas pelo simples fato de que ela, uma africana, tem acesso a computadores e internet! Um dos interlocutores da jornalista chegou a perguntar se ela usava um computador movido a vapor. Ela explica que a tecnologia não perde muito tempo em fazer seus produtos mais modernos chegarem até a África, e que eles estão cada vez menos atrasados em relação ao resto do mundo.

4 – EXISTE O “IDIOMA AFRICANO”
Da mesma forma que ainda há gente que considera a África um único país, também existem pessoas que imaginam todos os habitantes do continente falando a mesma língua. Christine explica que apenas na Namíbia, de onde ela veio, há mais de 20 idiomas usuais, incluindo mais de um “importado” e alguns nativos. Nenhum país do continente tem menos de cinco dialetos correntes.

3 – A ÁFRICA TEM POUCOS HOTÉIS
Não é uma missão impossível encontrar hospedaria em uma visita ao continente africano. As maiores cidades do continente dispõem de dezenas de hotéis disponíveis para turistas. Só nas oito maiores cidades da África do Sul, segundo Vrey, existem 372 hoteis.

2 – OS AFRICANOS NÃO SABEM O QUE É UM BANHEIRO
Há quem pense, de acordo com a jornalista, que todos os africanos sejam obrigados a fazer suas necessidades atrás do arbusto ou em latrinas a céu aberto. Isso vale, segundo ela, apenas para as áreas desérticas e vilarejos afastados. No geral, uma casa na África dispõe de um vaso sanitário muito semelhante ao seu.

1 – TODOS OS AFRICANOS SÃO NEGROS
Da mesma forma que houve miscigenação de raças na América, devido às intensas migrações de europeus, a África também recebeu essas misturas. Na Namíbia, por exemplo, há famílias africanas brancas descendentes de franceses, holandeses e portugueses. Mas não há apenas isso: o continente também abriga grandes comunidades de indianos, chineses e malaios, de modo que não se pode falar em “raça africana”.
Christine Vrey também explica que não existe uma “raça negra”. Muitas pessoas, de acordo com a jornalista, acham que todos os negros são da mesma raça ou grupo étnico. Ela conta que já ouviu pessoas descreverem a própria descendência como sendo, por exemplo, ¼ britânicos, ¼ hispânicos, ¼ russos e ¼ “negros”.
Isso é um engano: há várias características físicas dissonantes entre os povos de pele escura. As diferenças começam pela própria tonalidade: alguns povos têm a pele mais “avermelhada” ou mais marrom do que outros, e alguns são menos escuros, sem levar em conta a miscigenação. Não é possível falar, portanto, em “negros” simplesmente. [Listverse]