domingo, 14 de julho de 2013

História - Primeira médica negra estadunidense

  
   Dra. Eliza Ann Grier, foi a primeira mulher afroamericana licenciada para a prática da medicina no estado da Georgia, Estados Unidos.
    Nascida em 1864 no período da escravidão, e quando já havia sido deflagrada a Guerra Civil, ela foi emancipada quando a escravidão foi abolida. Eliza quebrou todos os paradigmas culturais e sociais para as mulheres negras no final do século XIX. Ela enfrentou a discriminação racial e os problemas financeiros enquanto buscava o seu sonho de se tornar médica. Para custear os seus estudos ela alternava um ano de estudos com um ano de trabalho na colheita de algodão. Ao todo foram 7 (sete) anos até a graduação que ocorreu em 1898.
    Em dezembro de 1890, Eliza escreveu uma carta ao Woman's Medical College of Pennsylvania ( primeira instituição médica no mundo a treinar mulheres e oferecer o certificado de Doutor em Medicina ) , questionando sobre os custos do curso de medicina, e se era possível que ela realizasse qualquer trabalho sem que este causasse interferência nos estudos.
    " Eu não tenho dinheiro e muito menos uma fonte de renda. Mas posso trabalhar por cada dólar", ela disse.
    Eliza passou 7 (sete) anos trabalhando e estudando para se tornar uma professora na Fisk University in Nashville, Tennessee, mas ela acreditava que pudesse trazer mais benefício para a sua raça conseguindo uma graduação médica.
    Ela perguntou ao decano da Woman's Medical College of Pennsylvania: " de alguma forma é possível para um escravo emancipado obter qualquer tipo de ajuda em uma profissão tão ilustre? "
    Eliza foi admitida no colégio e alternou os períodos de estudos com trabalho até conseguir o diploma. Ela completou os seus estudos em 1897 e no mesmo ano conseguiu a licença para trabalhar na Fulton County, Georgia.
    De acordo com os registros no North American Medical Review de 1898, quando Eliza aplicou para a licença de médica na Georgia, ela se tornou a primeira mulher Afroamericana médica no estado.
    " Quando eu vi todas as mulheres de cor fazendo todo o trabalho nos casos de parto [nascimento], " ela se questionou "e todas as taxas indo para um médico branco que somente observava, Eu me perguntei, por que eu não fico com a taxa eu mesma? Por esse motivo eu tive que me qualificar. Eu fui até a Filadélfia, estudei medicina, recebi meu diploma, e retornei a Atlanta onde eu vive toda a minha vida para praticar a minha profissão. Alguns dos melhores médicos brancos da cidade me receberam bem, e me disseram que me dariam uma oportunidade.  Foi tudo o que eu pedi. "
    Eliza e outros médicos negros da época enfrentaram o sistema segregacionista e as leis Jim Crow. Eles construíram hospitais, formaram sociedades profissionais e criaram instituições de ensino para dar sustentabilidade, bem como as comunidades. Ela sempre se manteve focada nas oportunidades apesar das dificuldades, se empenhou para melhorar os padrões de saúde e higiene para os afroamericanos na área rural.
    Em 1901 Eliza era um dos 200 participantes da conferência
Tuskegee Negro Conference, que reuniu líderes nacionais, dentre eles William Edward Burghardt Du Bois. Nesse período ela se mudou para Albany na Georgia, onde seu irmão também exercia a medicina.
    Durante a sua luta para se qualificar e para praticar a medicina ela nunca desistiu. Quando morreu, depois de apenas alguns anos de prática, ela tinha conseguido um feito notável. Apesar de ter nascido durante a escravidão e ter sida emancipada e com poucos recursos financeiros ou educação, ela frequentou uma escola líder em medicina, e se tornou a primeira mulher Afroamericana licenciada para exercer a medicina na Geórgia.
   Eliza faleceu em 1902.

Um comentário:

  1. http://primeirosnegros.blogspot.com/2009/05/primeira-negra-diplomar-se-medica-uma.html

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