domingo, 20 de outubro de 2013

Brasil é um país de colonização mais africana do que europeia", diz historiador Luiz Felipe de Alencastro

No primeiro evento do ciclo "Conversas sobre a África", promovido pelo Instituto Lula, o historiador e professor da Sorbonne e da Fundação Getúlio Vargas Luiz Felipe de Alencastro ministrou nesta quarta-feira (04/09) aula com o tema "Escravidão e trabalho compulsório no Brasil". Na ocasião, afirmou que o país recebeu oito vezes mais africanos do que portugueses até 1850, tornando sua colonização mais africana do que europeia."Entraram no Brasil 4,8 milhões de africanos escravizados, oito vezes mais do que os portugueses que chegaram aqui até 1850″, disse Alencastro. Segundo ele, isso corresponde a 43% do total de africanos que foram "deportados" de seu continente de origem, tornando o Brasil o país com mais afrodescentes fora da África, onde a maioria dos habitantes se declara afrodescendente, mas também o "campeão mundial" da escravidão.
Como comparação, Alencastro lembrou que os Estados Unidos, em cem anos de tráfico negreiro, foram o destino de 600 mil africanos, quantidade de pessoas oito vezes menor do que aquela que chegou ao Brasil. “O Brasil não é um país de colonização europeia, mas africana e europeia. Isso faz toda a diferença”, concluiu o professor.

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O historiador também afirmou que o "tráfico triangular" sobre o qual se aprende nas escolas tanto americanas quanto europeias, segundo o qual os africanos faziam parte da troca de produtos entre Europa, África e Américas, nunca foi uma realidade para o Atlântico Sul. “Praticamente 95% dos navios negreiros que chegaram com africanos ao Brasil partiram do Brasil", disse.

Indígenas
Segundo Alencastro, não se pode dissociar a escravidão africana do trabalho compulsório de indígenas, uma vez que os índios sofreram amplamente as consequências do tráfico negreiro. Quando os escravos negros começaram a trabalhar no Brasil, a população nativa tornou-se "inútil" aos olhos dos portugueses e começou mesmo a ser massacrada por fazendeiros que desejavam ocupar suas terras. 
Nesse processo, lembrou o professor, os bandeirantes paulistas tiveram grande participação, tornando-se jagunços e matadores de aluguel no Nordeste brasileiro, motivo pelo qual são vistos com maus olhos fora do país. “Raposo Tavares e essa gente é tratada como genocida. Na Bolívia, bandeirante é sinônimo de bandido, quem já foi à Bolívia sabe. Aqui é nome de estrada”, afirmou.

Mentalidade
Alencastro afirmou ainda que a mentalidade no Brasil é profundamente influenciada pela escravidão e que falta conscientização política sobre o racismo e a participação do negro na sociedade.Como exemplo, ele citou a estátua do comendador Pereira Marinho, grande comerciante negreiro, em Salvador, capital da Bahia, conhecido como "estado mais negro do Brasil". "Por que isso se sustenta até hoje quando está todo mundo quebrando vitrine de bancos e nunca ninguém foi pichar essa estátua?", questionou.O ciclo "Conversas sobre a África" deve promover mais eventos em parceria com o sindicato de bancários de São Paulo em breve, mas os temas dos próximos debates ainda não foram divulgados. Segundo Celso Marcondes, responsável pela comunicação do Instituto Lula, devem ocorrer conversas sobre o Egito e outros "temas preocupantes" no continente. 

MEC anuncia programa de intercâmbio para negros e indígenas


Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Educação (MEC) anunciou hoje (28) um programa de intercâmbio voltado para estudantes negros e indígenas do ensino superior. O Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento será desenvolvido em parceria com Universidades e Instituições Comunitárias de Ensino Superior Historicamente Negras nos Estados Unidos. Parte das bolsas de estudo será oferecida pelo Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) e parte será destinada aos cursos de humanas.
As Universidades Historicamente Negras foram criadas na década de 60 com a missão de educar negros, sendo abertas, no entanto, a indivíduos de todas as etnias. Para aderir ao programa, as universidades devem ter comprovada excelência. São mais de 100 instituições com essas características nos Estados Unidos.
Segundo Mercadante, 18 reitores estão no Brasil para detalhar o programa Abdias Nascimento, cujo nome é uma homenagem ao político e ativista social brasileiro defensor da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil. Eles deverão definir quantas vagas serão ofertadas aos estudantes brasileiros negros e indígenas.
As bolsas ofertadas pelo CsF serão para as áreas prioritárias do programa, que são ciências exatas (matemática e química), engenharias, tecnologias e ciências da saúde. Mercadante disse que serão oferecidas vagas também para a área de humanidades, para a formação de professores, "o que faz sentido, pela especificidade [do novo programa]", explica.
O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Paulino Cardoso, diz que o programa é uma ação muito importante para que os pesquisadores negros deem um salto na educação brasileira. "Hoje o Brasil, e principalmente aqueles que fazem parte de um grupo dirigente, dividem-se entre aqueles que têm e aqueles que não têm uma experiência internacional, sejam eles estudantes de graduação, sejam professores. O programa vai permitir a intensificação do intercâmbio entre esses estudantes e da língua inglesa no país".
Edição: Fábio Massalli
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-28/mec-anuncia-programa-de-intercambio-para-negros-e-indigenas#.Uh_6VQPq-AE.facebook

Belissima poesia sobre a resistência do negro e escravidão!!!


Carta aberta a uma estudante que perdeu a vaga por causa das cotas no EUA


A estudante branca norte-americana Abigail Fisher não foi aceita na Universidade do Texas e entrou na justiça contra a instituição, alegando ter perdido a vaga por causa do sistema de cotas raciais. O caso foi subindo de corte em corte até chegar à Suprema Corte, que acabou de mandar o caso de volta para as cortes inferiores, se recusando a julgá-lo. Água ainda vai correr debaixo dessa ponte.
Enquanto isso, Krystie Yandoli, escritora residente nos Estados Unidos, também branca, estagiária do site Huffington Post e colaboradora do Jezebel e do The Nation, escreveu a seguinte carta aberta à Abigail Fisher:
Abigail Fisher, descendo os degraus da Suprema Corte.
Abigail Fisher, descendo os degraus da Suprema Corte.
* * *
Prezada Abigail Fisher,
Cá entre nós, duas brancas de 23 anos que não foram aceitam pelas universidades que mais desejavam, preciso lhe dizer: acho que você levou essa história toda longe demais.
Depois de transformar seu fracasso em entrar na universidade em um processo que nem mesmo a Suprema Corte dos Estados Unidos conseguiu resolver, sua invencível convicção em uma noção distorcida de “justiça” é preocupante.
Estou falando como alguém que esteve em uma situação similar à sua, mas, se nós estivéssemos em um poema de Robert Frost, iríamos acabar em caminhos muito diferentes.
Deixe-me explicar.
Temos algumas coisas em comum. Também não fui aceita na universidade que eu mais queria. Mas, logo depois, também pude cursar outra universidade prestigiosa que me proporcionou uma ampla rede de oportunidades à minha escolha. Assim como você, que mesmo não tendo sido aceita pela Universidade do Texas, conseguiu entrar em outra boa universidade e conseguiu até um bem pago trabalho de analista financeira depois de se formar.
Veja, existe uma coisa chamada privilégio branco. Você tem. Eu tenho. Nossos pais têm. E isso reduz consideravelmente a probabilidade de passarmos por qualquer tipo de discriminação ou desigualdade profunda.
Privilégio branco significa que você, graças a normas sociais culturalmente arraigadas, possui uma vantagem automática sobre várias outras pessoas. Significa que existem hierarquias e sistemas agindo explicitamente para garantir o seu sucesso no mundo. Privilégio branco significa que, se você não não conseguir entrar na sua “universidade dos sonhos”, você ainda poderá se formar em outra universidade e ainda assim conseguir um emprego acima da média, mesmo em uma economia sucateada.
Também significa que, uma vez na universidade, você não será vítima frequente de nenhum tipo de racismo, seja ele óbvio ou sutil.
A meritocracia do Brasil, em uma charge.
A meritocracia do Brasil, em uma charge.
Não ser aceita pela universidade que você sonha em cursar é horrível. Mas sabe como isso se chama? Vida. Mas sabe o que horrível mesmo? A complexidade do racismo sistêmico que atormenta os Estados Unidos desde que ele existe. Assim como também é horrível ser discriminado à primeira vista somente porque nasceu pertencente a uma raça de seres humanos que foi, desde sempre, historicamente ferrada e desfavorecida.
O mais engraçado é você conseguiu convencer alguns juízes da Suprema Corte a levar tão a sério suas reclamações tão problemáticas e tão banais, e que advogados, políticos, jornalistas, ativistas e cidadãos gastaram o seu precioso tempo debatendo e refletindo sobre ação afirmativa, e tudo porque uma estudante que se formou no ensino médio com nota 8.0 não foi aceita em uma das mais competitivas e prestigiadas universidades públicas da nação.
Sem contar que o seu nome será para sempre sinônimo de tentativa de retrocesso contra a igualdade social. Mas vou além.
Essa coisa toda é maior do que você e eu. Não é apenas sobre esse caso isolado ou sobre o que uma pessoa (sem razões ou méritos legítimos) acha que merece em detrimento de outros estudantes. Na verdade, não existe isso de casos isolados. Tudo existe dentro de um contexto e, contextualmente falando, você não ter sido aceita pela Universidade do Texas não foi um caso de desigualdade.
Peggy McIntosh, em seu famoso ensaio, “White Privilege: Unpacking the Invisible Knapsack” (ou seja, “Privilégio Branco: abrindo a mochila invisível”, talvez você queira procurar no Google), escreveu:
“Para mim, o privilégio branco se mostrou um assunto fugidio e impreciso. A pressão para ignorá-lo é enorme. Encará-lo de frente significa abandonar o mito da meritocracia. Se essas coisas forem verdade, então não vivemos em um país livre; então, a vida de um indivíduo não depende de suas ações; então, muitas portas se abrem para algumas pessoas por nenhum mérito da parte delas.”
Minha sincera esperança é que um dia você entenda e aceite a realidade de seu privilégio branco e de sua posição social. Até lá, tente refletir sobre as palavras sábias de Peggy McIntosh.
Tudo o tenho consegui com o esforço dos meus pais!
Tudo o tenho consegui com o esforço dos meus pais!
* * *
Tradução de Jorge Buratti.
Escravidão, essa pica é nossa: Senzalas & Campos de Concentração.
Por fim, uma indispensável matéria de capa da Isto É: Por que as cotas raciais deram certo no Brasil

RACISMO - Supermercado Pão de Açúcar causa revolta após instalar estátua de negro com os pés acorrentados




Revolta. Estátua de criança negra acorrentada causa indignação nas redes sociais
Foto: Reprodução Internet


Revolta. Estátua de criança negra acorrentada causa indignação nas redes sociais
REPRODUÇÃO INTERNET

   RIO - Uma estátua de uma criança negra com os pés acorrentados, instalada na unidade do supermercado Pão de Açúcar, no bairro da Vila Romana, em São Paulo, está causando revolta nas redes sociais desde o dia 19 de agosto.
   A comunidade negra se sentiu ofendida e considerou de extremo mau gosto a imagem de uma criança negra sendo utilizada para “decorar” a área destinada a produtos de panificação do supermercado. A foto foi publicada no perfil Mundo Negro, gerando uma enxurrada de comentários indignados.
   Entre as razões para a revolta, a imagem da criança negra carregando um pesado cesto de pães faz apologia ao trabalho infantil, "já que o cesto é de proporções incompatíveis à estatura da criança e seria um sacrifício seja pelo tamanho ou pelo peso para ser carregado", afirma o perfil.
   Além disso, revoltou a inclusão de grilhões no pé da criança, remetendo à escravidão, além da infeliz escolha, por usar uma criança negra nestas condições como objeto de decoração em uma área de grande circulação do supermercado.
   Apesar de o perfil oficial da empresa no Facebook já ter se desculpado pela gafe e informado que o objeto já havia sido retirado da loja, os protestos - e críticas - na rede social continuam.
   Em nota oficial distribuída no início da tarde, o Pão de Açúcar afirma que a estátua foi adquirida como parte de uma coleção de peças decorativas de loja, "sem intenção ou apologia a qualquer tipo de discriminação". A empresa afirma que lamenta o fato ocorrido, "uma vez que pauta suas ações na ética, promoção e respeito à diversidade".
   O Pão de Açúcar afirma que, "assim que tomou ciência do caso, providenciou a retirada da estátua das lojas e está revendo o processo de seleção de peças decorativas".

Celebração dos 25 anos da FCP na Câmara ressalta importância da cultura negra

“Esta Fundação já nasceu com vocação para converter as manifestações artísticas culturais negras em aporte fundamental para transformação do nosso país”, disse emocionado o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, durante o discurso na sessão solene que homenageou a FCP,  realizada no Plenário da Câmara dos Deputados nessa segunda-feira, 19 de agosto.

Zeca Ribeiro
Zeca Ribeiro
Hilton Cobra, presidente da FCP
O tributo reuniu parlamentares, jornalistas, representantes do Movimento Negro, mídia étnica, religiosos de matriz africana e das embaixadas africanas no Brasil para celebrar os 25 anos da instituição, criada em 1988 no momento do centenário da Abolição no Brasil e da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil.
Um viva à cultura negra – Hilton Cobra saudou a ancestralidade dos orixás e agradeceu aos funcionários e ex-presidentes da instituição pelo trabalho desenvolvido ao longo desses 25 anos. O presidente da FCP destacou que é preciso tirar da subalternidade as práticas culturais de mulheres e homens negros proporcionando soberania plena para exercerem sua cidadania. “Que viva o candomblé, a umbanda, o vodum, a quimbanda, o maracatu, a capoeira, o jongo, a congada, o reinado, o samba de roda, o bumba meu boi, o chorinho, o acarajé, o povo quilombola. Que viva Mãe Beata, Conceição Evaristo e Makota Valdina”.
Colóquio Congresso Nacional - Autor da proposta para homenagem na Câmara, o deputado Edson Santos, ressaltou a importância dos princípios das ações afirmativas como ferramentas de transformação social e de valorização das manifestações afro-brasileiras. “O Congresso Nacional ao realizar essa homenagem reconhece o valor da Fundação Cultural Palmares”, comemora.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luíza Bairros, chamou a atenção para as conquistas da população negra e os processos de ascensão vertical da população negra, frutos das ações afirmativas e dos atos políticos propostos pelos últimos governos. “Em 2005, o Prouni  já tinha conseguido atingir 110 mil estudantes em todo Brasil, hoje são quase 1 milhão e 300. Hoje, vivemos em um país que tem uma consciência racial bem maior que anos atrás, que cresce com a expansão do movimento negro”, destaca.
Zeca Ribeiro
Zeca Ribeiro

Luiza Bairros, Ministra da Igualdade Racial

IX FOPPIR

DE 28 de novembro até 01 de dezembro, ocorrerá o IX FOPPIR - Fórum pela Promoção da Igualdade Racial, em Conselheiro Lafaiete - MG


Conferência Livre de Igualdade Racial de Viçosa - MG

Com o tema Democracia e desenvolvimento sem racismo: por uma Viçosa Afirmativa, ocorreu a Conferência Livre de Igualdade Racial de Viçosa no dia 17 de agosto de 2013, na Estação Cultural no centro. O evento foi construído e reuniu alguns do grupos que trabalham com a temática negra na cidade: NEAB Viçosa/UFV, Casa Culural do Morro, Blog Ecos da Periferia, Rádio Quintal FM, Centro de Referência Afro-Brasileiro, representantes da capoeira em Viçosa (Mestre Garnizé e mestre Lao), representantes do Movimento Negro de Viçosa ( UNEGRO e MNU) e os vereadores Sávio José e Geraldão. Abaixo seguem as fotos: 




A luta contra a discriminação na linha do tempo

Os negros na sociedade a mais de 500 anos vem lutando para conseguir condições de igualdade em todos os campos, mas para alçar pequenos passos sempre foi necessário a obstinação individuais que contaminassem todos em prol da luta. Acompanhe os progressos ao longo do tempo.
1630. Data provável da formação do Quilombo dos Palmares. Palmares ocupou a maior área territorial de resistência política à escravidão, sediando uma das mais efetivas lutas de resistência popular nas Américas
1833. É fundado o Jornal O homem de cor, por Paula Brito, sendo o primeiro periódico brasileiro a defender os direitos dos negros escravizados .
1850. É instituída a Lei Eusébio de Queirós, que proíbe o tráfico de negros escravizados pelo Oceano Atlântico. A lei, do Segundo Reinado, atendia a interesses da Inglaterra, mas foi fundamental para o processo de abolição da escravatura no Brasil.
1869. Proibida a venda de negros escravizados por “pregão” e com exposição pública. A lei também proíbe a venda em separado de membros de uma família (casais e pais e filhos)
1871. Instituída a Lei do Ventre Livre, estabelecendo que os filhos dos negros escravizados do Império, a partir daquela data, seriam considerados livres, depois de completarem a maioridade.
1884. Decretada a abolição da escravatura negra nas províncias do Amazonas e do Ceará, sendo as primeiras libertações de coletivas de negros escravizados no Brasil
1885. A Lei dos Sexagenários concede liberdade aos negros escravizados com idade igual ou superior a 65 anos, tendo sido promulgada em função do movimento abolicionista Leia
1888. Promulgada, em 13 de maio, a  Lei Áurea, extinguindo oficialmente a escravidão no País. Mas a data é considerada pelo Movimento Negro como uma “mentira cívica”, sendo caracterizada como Dia de Reflexão e Luta contra a Discriminação.
1910. João Cândido, o Almirante Negro, lidera a Revolta da Esquadra, também conhecida como Revolta da Chibata, pondo fim aos castigos físicos praticados contra os marinheiros.
1914. Surge em Campinas a primeira organização sindical dedicada à causa dos negros. Dela participaram, de forma expressiva e determinante, as mulheres negras.
1915. É fundado o jornal Manelick, o primeiro periódico paulista dedicado à difusão da cultura negra e à defesa dos interesses da população afrodescendente
1931. Eleito o primeiro juiz negro do Supremo Tribunal Federal do Brasil: Hermenegildo Rodrigues de Barros, o criador do Tribunal Superior de Justiça Eleitora
1932. Criado em São Paulo o Clube do Negro de Cultura Social. Seus dirigentes editavam o jornal O clarim da alvorada, um dos mais importantes na história do periodismo racial
1944. Um dos maiores defensores da cultura e igualdade de direitos para as populações afrodescendentes no Brasil, Abdias Nascimento, funda, no Rio de Janeiro, o Teatro Experimental do Negro
1945. Surge em São Paulo a Associação do Negro Brasileiro. No Rio, é organizado o Comitê Democrático Afro-Brasileiro, para defender a Constituinte, a anistia e o fim da discriminação racial. Acontece a I Convenção Negro-Brasileira.
1950. No Rio, é aprovada a Lei Afonso Arinos, que estabelece como contravenção penal a discriminação de raça, cor e religião. É também criado o Conselho Nacional de Mulheres Negras
1974. Em Salvador, é fundado o bloco afro Ilê Aiyê. Em São Paulo, acontece a Semana do Negro na Arte e na Cultura, que articula apoio às lutas de libertação travadas na África. Surgem várias entidades de combate ao racismo. Em São Paulo, surgem o Centro de Estudos da Cultura e da Arte Negra (Cecan), o Movimento Teatral Cultural Negro, o Instituto Brasileiro de Estudos Africanistas (IBEA) e a Federação das Entidades Afro-brasileiras do Estado de São Paulo. No Rio de Janeiro, surgem o Instituto de Pesquisas da Cultura Negra (IPCN), a Escola de Samba Gran Quilombo e a Sociedade de Intercâmbio Brasil-África
1976. O Governo do Estado da Bahia suprime a exigência de registro policial para o funcionamento dos templos religiosos de matriz africana, depois de grande mobilização popular
1977. Surge o Movimento Negro Unificado (MNU), que, dentre outras grandes ações, instituiu o Dia Nacional de Consciência Negra, em 20 de novembro, em celebração à memória do herói negro Zumbi dos Palmares
1979. O quesito cor é incluído no recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), por pressão de estudiosos e de organizações da sociedade civil organizada
1986. Tombamento da Serra da Barriga (União dos Palmares, Alagoas), local onde se desenvolveu o Quilombo dos Palmares, o maior refúgio de negros escravizados da América Latina
1998. Criação do Sistema de Cotas na Universidade de Brasília (UnB), a partir do Caso Ari. O estudante de Engenharia Civil Arivaldo Lima Alves, negro, foi o único aluno reprovado em um projeto, apesar de ter as melhores notas
2010. É aprovado o Estatuto da Igualdade Racial, que prevê o estabelecimento de políticas públicas de valorização da cultura negra para a correção das desigualdades provocadas pelo sistema escravista no País
Fonte: www.revistaafro.com.br

AGENDA DE EVENTOS AFROTAMOIO (RIO DE JANEIRO ) NOVEMBRO DE 2013

Para ver mais, acesse:

https://www.facebook.com/EspacoCulturalAlmiranteJoaoCandido

10 anos de cotas na UERJ

Para assistir a reportagem, acessar o link abaixo:

http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-universidade/t/edicoes/v/globo-universidade-03082013-10-anos-de-cotas-da-uerj-integra/2730499/

A questão negra e o jornalismo




Historicamente, os problemas de interesse da população negra não são temas recorrentes no jornalismo brasileiro. O não reconhecimento das demandas específicas desta população, o uso freqüente de estereótipos, a ausência de imagens positivas e a pouca produção de notícias com foco na temática racial são alguns dos desafios que a imprensa brasileira precisa enfrentar.

As recentes transformações na sociedade – sobretudo, por conta da atuação reivindicatória dos movimentos sociais negros por políticas públicas para a promoção da igualdade de oportunidades e da equidade no acesso a direitos humanos –, tem estimulado mudanças em setores da mídia.

Temas como saúde da população negra, ações afirmativas, juventude negra, intolerância religiosa, entre outros, são objetos de pautas nas redações. A expectativa é que cada vez mais jornalistas tratem desses assuntos de forma qualificada.

Contudo, o racismo e o etnocentrismo ainda persistem como fatores responsáveis pela invisibilização de temas específicos sobre a população negra nos veículos de comunicação. Há setores que ainda fazem coberturas jornalísticas pouco consistentes sobre a temática negra, desfocadas da realidade e de forma sazonal.

Especialistas avaliam que a ausência de jornalistas negros/as nas redações acentua o problema. E reflete as desigualdades socioeconômicas no Brasil. O Censo 2000 do IBGE revelou que o jornalismo é uma das profissões com a menor proporção de negros no país: 15,4% contra 82,8% de brancos.

A reduzida presença de jornalistas negros/as nas redações indica uma estrutura ocupacional pouco plural e favorece a invisibilização das demandas da população negra bem como a visão estereotipada desses grupos.

Homicidios de jovens negros


Acesse o link abaixo e baixe a cartilha: " Homicidios de jovens negros - Análise de Contexto":



Abaixo segue a apresentação do texto:
A presente análise de contexto é resultado do processo de aprendizado e trocas entre alunos e professores da Escola Popular de Comunicação Crítica, projeto financiado pela Petrobras e 
desenvolvido pelo Observatório de Favelas. É parte integrante das matérias de Planejamento e Comunicação e Informação de Marketing, lideradas pelos professores Fred Tavares, Monica 
Esteves e Luis Henrique Nascimento – com a colaboração decisiva dos coordenadores do Observatório Jailson de Souza e Raquel Villadino.
A Análise de Contexto visa entender os mecanismos que produzem esses homicídios, contribuindo assim para o desenvolvimento da campanha de comunicação “Juventude Marcada Para Viver”, que é o trabalho de conclusão de curso coletivo das turmas 2012 da ESPOCC, a ser lançada 
em fevereiro de 2013. A campanha está idealizada para estender-se para as turmas de 2013 e 14, fazendo parte de um programa permanente de enfrentamento dos homicídios da juventude 
negra do Observatório e seus parceiros.
Portanto, não se trata de um trabalho formalmente acadêmico e consolidado. Ao contrário, é um documento permanentemente aberto para acréscimos e correções. Tão pouco representa 
os posicionamentos institucionais do Observatório de Favelas sobre a temática.
Sua apresentação nas Oficinas de Comunicação do Participatório é uma contribuição do nosso coletivo de jovens para o melhor entendimento e apropriação de dados relativos a 
esses homicídios.

Nilma Lino Gomes - 1a Reitora Negra de uma Universidade Federal do Brasil

Conheça Nilma Lino Gomes, a belo-horizontina que se tornou a primeira reitora negra de uma Universidade Federal do país - Universidade de Integração Internacional de Lusofonia Afro-Brasileira ( Unilab), grupo que ela ajudou a  consolidar em Minas Gerais e hoje é referência na luta pelas políticas afirmativas e congrega histórias de sucesso como as dela.

Para saber mais acesse: