“Esta Fundação já nasceu com vocação para converter as manifestações artísticas culturais negras em aporte fundamental para transformação do nosso país”, disse emocionado o presidente da Fundação Cultural Palmares, Hilton Cobra, durante o discurso na sessão solene que homenageou a FCP, realizada no Plenário da Câmara dos Deputados nessa segunda-feira, 19 de agosto.
O tributo reuniu parlamentares, jornalistas, representantes do Movimento Negro, mídia étnica, religiosos de matriz africana e das embaixadas africanas no Brasil para celebrar os 25 anos da instituição, criada em 1988 no momento do centenário da Abolição no Brasil e da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil.
Um viva à cultura negra – Hilton Cobra saudou a ancestralidade dos orixás e agradeceu aos funcionários e ex-presidentes da instituição pelo trabalho desenvolvido ao longo desses 25 anos. O presidente da FCP destacou que é preciso tirar da subalternidade as práticas culturais de mulheres e homens negros proporcionando soberania plena para exercerem sua cidadania. “Que viva o candomblé, a umbanda, o vodum, a quimbanda, o maracatu, a capoeira, o jongo, a congada, o reinado, o samba de roda, o bumba meu boi, o chorinho, o acarajé, o povo quilombola. Que viva Mãe Beata, Conceição Evaristo e Makota Valdina”.
Colóquio Congresso Nacional - Autor da proposta para homenagem na Câmara, o deputado Edson Santos, ressaltou a importância dos princípios das ações afirmativas como ferramentas de transformação social e de valorização das manifestações afro-brasileiras. “O Congresso Nacional ao realizar essa homenagem reconhece o valor da Fundação Cultural Palmares”, comemora.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luíza Bairros, chamou a atenção para as conquistas da população negra e os processos de ascensão vertical da população negra, frutos das ações afirmativas e dos atos políticos propostos pelos últimos governos. “Em 2005, o Prouni já tinha conseguido atingir 110 mil estudantes em todo Brasil, hoje são quase 1 milhão e 300. Hoje, vivemos em um país que tem uma consciência racial bem maior que anos atrás, que cresce com a expansão do movimento negro”, destaca.
Zeca Ribeiro
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