domingo, 28 de outubro de 2012

De Racismo e Sustentabilidade

Texto do site América Latina em Movimento

A questão étnico-racial vem adquirindo nos últimos anos um lugar de destaque no debate teórico-político que há muito tempo lhe era devido. São inúmeras as razões para que isso venha acontecendo. Desde os anos 1950 com a descolonização, com o movimento da negritude na África, e dos anos 1960 com as amplas mobilizações pelos direitos civis nos Estados Unidos da América do Norte (Martin Luther King) e com o movimento negro em que se destacaram, entre outros, Malcolm X e Ângela Davis, que a problemática étnico-racial começou a ganhar visibilidade. Os anos 1990 viriam o movimento indígena agregar suas cores a esse movimento para o que muito contribuiu a comemoração dos 500 anos de constituição do sistema-mundo, em 1992. O movimento indígena soube ler corretamente o significado político daquela data e da Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU realizada na cidade do Rio de Janeiro. Afinal, a reunião da ONU se fazia para debater as implicações do modelo de desenvolvimento que havia se afirmado contra outras matrizes de racionalidade e que, agora, convocava uma conferência mundial para discutir temas como a água, o ar, a terra, as plantas e os animais, assuntos com os quais esses povos desenvolveram uma sabedoria original.
Há dois momentos a serem distinguidos nesse processo de emergência desses movimentos que invocam politicamente o debate étnico-racial. O protagonismo do movimento negro estadunidense dos anos sessenta que, entre outras coisas, conquistou em 1964 o direito de votar da imensa população negra daquele país, foi assimilado pelo sistema de poder dominante seja através da repressão, seja através de cooptação. Tom Smith e John Carlos, os vitoriosos atletas negros dos EUA que levantaram seus punhos no podium na Olimpíada do México em 1968 tiveram, rigorosamente falando, que comer o pão que o diabo amassou pelo ostracismo a que foram condenados pela ousadia de se manifestarem contra o racismo. A condenação à miséria e ao desemprego desses atletas acabou sendo estendida ao australiano Peter Norman que no mesmo podium resolveu se solidarizar com os aborígenes do seu país colocando no peito o mesmo adesivo dos atletas dos EUA...
 
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