Texto do site América Latina em Movimento
A
questão étnico-racial vem adquirindo nos últimos anos um lugar de destaque no
debate teórico-político que há muito tempo lhe era devido. São inúmeras as
razões para que isso venha acontecendo. Desde os anos 1950 com a
descolonização, com o movimento da negritude na África, e dos anos 1960 com as
amplas mobilizações pelos direitos civis nos Estados Unidos da América do Norte
(Martin Luther King) e com o movimento negro em que se destacaram, entre
outros, Malcolm X e Ângela Davis, que a problemática étnico-racial começou a
ganhar visibilidade. Os anos 1990 viriam o movimento indígena agregar suas
cores a esse movimento para o que muito contribuiu a comemoração dos 500 anos
de constituição do sistema-mundo, em 1992. O movimento indígena soube ler
corretamente o significado político daquela data e da Conferência de Meio
Ambiente e Desenvolvimento da ONU realizada na cidade do Rio de Janeiro.
Afinal, a reunião da ONU se fazia para debater as implicações do modelo de
desenvolvimento que havia se afirmado contra outras matrizes de racionalidade e
que, agora, convocava uma conferência mundial para discutir temas como a água,
o ar, a terra, as plantas e os animais, assuntos com os quais esses povos
desenvolveram uma sabedoria original.
Há
dois momentos a serem distinguidos nesse processo de emergência desses
movimentos que invocam politicamente o debate étnico-racial. O protagonismo do
movimento negro estadunidense dos anos sessenta que, entre outras coisas,
conquistou em 1964 o direito de votar da imensa população negra daquele país,
foi assimilado pelo sistema de poder dominante seja através da repressão, seja
através de cooptação. Tom Smith e John Carlos, os vitoriosos atletas negros dos
EUA que levantaram seus punhos no podium na Olimpíada do México em 1968
tiveram, rigorosamente falando, que comer o pão que o diabo amassou pelo
ostracismo a que foram condenados pela ousadia de se manifestarem contra o
racismo. A condenação à miséria e ao desemprego desses atletas acabou sendo
estendida ao australiano Peter Norman que no mesmo podium resolveu se
solidarizar com os aborígenes do seu país colocando no peito o mesmo adesivo
dos atletas dos EUA...
PARA LER O TEXTO NA ÍNTEGRA, ACESSE:
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